UM POUCO DA HISTÓRIA DAS TENDÊNCIAS DO PT
Quinta-feira, 12 de Junho de 2008
O PT É UM PARTIDO DOS TRABALHADORES OU PARA OS TRABALHADORES?
O PT não é um partido para os trabalhadores. Ele não surgiu como uma necessidade das elites em criar uma espécie de amortecedor para segurar os trabalhadores, como um instrumento de domesticação da classe trabalhadora. Ao contrário: o PT é um instrumento da classe trabalhadora para lutar pelos seus direitos, para lutar pela divisão da riqueza, para lutar pelo que é dos trabalhadores. O PT só existe como uma conquista dos próprios trabalhadores.
O PT É SOCIALISTA
Mas que tipo de socialismo o PT defende?
Socialismo científico, socialismo utópico, socialismo real, socialismo cristão, socialismo humanista, socialismo democrático.. .?
Nem nós petistas sabemos como será o socialismo quando for implantado.
Aliás essa é uma importante característica do PT.
O nosso socialismo será construído pelo próprio povo brasileiro. O PT não propõe fórmulas prontas, transposições mágicas, acomodações de experiências praticadas em outros países, obviamente não se deve desprezar a trajetória dessas experiências. Todo o acúmulo conseguido por outros países na tentativa de implantação de um regime socialista deve ser levado em consideração, mas não como modelo.
A experiência cubana, o Chile de Allende, a Nicarágua Sandinista, o Leste Europeu, a social-democracia sueca, a China de Mao, tudo isso com certeza contribuirá para a formação do socialismo petista, mas sem ultrapassar os limites da contribuição, sem chegar a ser uma tentativa de se repetir um processo histórico.
O socialismo que se forjará através da organização e da luta dos trabalhadores brasileiros, da acumulação de conquistas, do desenvolvimento da cidadania, certamente terá uma face humana, voltada para o respeito às liberdades fundamentais do homem e pelo respeito aos direitos humanos. Será um socialismo baseado nos valores de uma prática verdadeiramente democrática, na solidariedade, na justiça, oferecimento de oportunidades iguais pra todos, na participação da sociedade civil, nas decisões... Será um socialismo com democracia, pois ambos estão interligados e aquele não existe sem esta.
O PT é um partido socialista em construção e está construindo um projeto de socialismo.
O PT POR DENTRO
O PT é originário de 3 vertentes principais:
Dirigentes sindicais
Organizações políticas
Igreja
Muitas pessoas não entendem porque o PT tem tantas tendências internas. Baseadas no que conhecem dos demais partidos, acham que o PT é uma espécie de colcha de retalhos, uma frente de grupos de esquerda, onde todo mundo fala, onde uns divergem de outros e acabam não se entendendo. Mas será que isso é verdade?
O PT não é uno. Não é um partido com uma só cabeça, com um só pensamento, seguindo uma só direção.
Diversas correntes de pensamento estão integradas dentro do PT, num projeto maior de transformar a realidade e mudar os rumo da sociedade brasileira.
Diferentes concepções políticas e ideológicas das esquerdas se uniram dentro do PT para fazer do partido esse instrumento de luta e mudança que o Brasil exigia.
Formam o PT grupos socialistas, comunistas, social-democratas, marxista-leninistas , socialistas- cristãos, socialistas, enfim um amplo leque de correntes do pensamento de esquerda.
Essa pluralidade de concepções que muitos não entendem e criticam, reflete apenas a modernidade do PT. As sociedades contemporâneas não comportam mais um pensamento único, uma única linha de direção. A sociedade atual é multiforme, segue em várias direções, está sujeita a muitas interpretações e análises. E o PT tem essa compreensão.
Reflexo da sociedade contemporânea, talvez o PT tenha nessa pluralidade de visões a sua força e grandeza.
Os debates internos acirram a prática democrática, elevam o nível de consciência política dos militantes, socializam os conhecimentos e ampliam o grau de informação dos petistas.
As divergências e as diversas correntes se resolvem pelo respeito à democracia interna e pela certeza de que, embora nem sempre o caminho proposto seja o mesmo, todos tem o mesmo ideal.
AS TENDÊNCIAS
As tendências representam os agrupamentos políticos internos do PT desde a sua fundação.
Algumas ajudaram a fundar o partido e permanecem nele, como a Democracia Socialista, outras ingressaram no PT depois de posicionar-se criticamente em relação à sua fundação, como O Trabalho, outros surgiram dentro do próprio PT, como a Articulação e outras ainda, como a Convergência Socialista, após participarem da criação do PT, deixaram o partido.
Na maioria das vezes as tendências internas do PT têm vida orgânica própria, porém toda ela voltada para a militança do Partido. Realizam discussões políticas dentro da própria tendência, editam boletins, fazem campanhas de arrecadação financeira, lançam candidatos à direção do Partido e aos cargos eletivos.
Segundo Raul Pont, do PT gaúcho ligado à Democracia Socialista, “são tendências não apenas setores ou grupos que vieram de posições políticas precedentes ao Partido ou grupos que se formatam no próprio debate da construção do PT, como também várias organizações da Igreja com suas fontes próprias de recursos e fóruns de decisão”.
A DIVISÃO INTERNA DO PT
Basicamente o PT está dividido em cinco grupos políticos: os social-democratas, considerados a direita do Partido, e que integravam a tendência chamada Democracia Radical; a Unidade e Luta, remanescente da Articulação e integrada por militantes mais próximos de Lula, considerada o centro petista; as correntes de esquerda Articulação de Esquerda, Democracia Socialista e o Fórum Socialista, tidas como a esquerda do PT; a extrema esquerda do Partido, integrada pelos trotskistas de O Trabalho, pelos marxistas do Movimento por Uma Tendência Marxista, do Brasil Socialista e da Força Socialista; por último, os independentes, petistas não alinhados com nenhuma tendência. Integram este último grupo desde militantes considerados da direita petista até membros da extrema esquerda do PT.
AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DO PT
A seguir apresentaremos um breve histórico das principais tendências, suas origens, filiações ideológicas e seu papel na construção do Partido dos Trabalhadores.
ARTICULAÇÃO
Durante muito tempo a Articulação foi a tendência majoritária dentro do PT. Surgiu no ano de 1983, no período de renovação dos diretórios do Partido, a partir do grupo dos 113. Composta por sindicalistas, setores sobre a influência da igreja progressista, intelectuais, marxistas independentes e militantes social-democratas, a Articulação era considerada a tendência de Lula. Caracterizava- se como uma tendência de orientação socialista, porém, assim como no próprio PT, também na articulação o socialismo proposto não estava definido. Em 1993, durante a realização do Encontro Municipal de São Paulo, a Articulação rachou e deu origem às tendências Unidade na Luta e Hora da Verdade, atual Articulação de Esquerda. No movimento Sindical durante muito tempo, as duas correntes continuaram a atuar de forma conjunta, porém hoje tempos dois campos: ARTICULAÇÃO SINDICAL E ARTICUALÇÃO DE ESQUERDA SINDICAL.
UNIDADE NA LUTA
A tendência Unidade na Luta, veio da antiga Articulação. Integrada por militantes mais próximos de Lula, a Unidade na Luta é considerada o centro do PT. Lideranças: Lula, José Dirceu, Benedita da Silva.
ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA
Dissidência da Articulação, por não concordar com o caminho que a Antiga Articulação estava tomando no rumo político, num primeiro momento foi conhecida como Hora da Verdade, depois mudou seu nome para Articulação de Esquerda, hoje depois do giro feito pela DS, é tida como a maior corrente da esquerda do PT. É tida como a esquerda petista, Lideranças: Adão Pretto Deputado Federal (PT/RS), Luci Choinacki EX-Deputada Federal (PT/SC), José Fritsch (Secretário Nacional de Pesca), Valter Pomar, Secretário de Relações Internacionais do PT.
O TRABALHO
Tendência de orientação trotskista, O Trabalho surgiu em 1976, com o nome de Organização Socialista Internacional (OSI), resultado da fusão da Organização Marxista Brasileira com o Grupo Comunista Primeiro de Maio. No meio estudantil a OSI atuava com o nome de Libelu (Liberdade e Luta). Inicialmente contrária à criação do Partido dos Trabalhadores, a OSI reviu sua posição em 1979 e em 1980 declarou-se integrante do Partido, sem contudo dissolver-se enquanto organização. Em 1984 a OSI mudou seu nome para Fração IV Internacional. Em 1986, adotou o nome atual, O Trabalho, e se colocou como uma corrente interna do PT. A tendência O Trabalho, está ligada à Quarta Internacional – Centro Internacional de Reconstrução (QICIR). Edita o jornal O Trabalho. Lideranças: Marcos Sokol, membro do Diretório Nacional do PT
DEMOCRACIA SOCIALISTA
Também trotskista, a Democracia Socialista – DS, participou de uma frente jornalística que lançou o jornal Em Tempo. Pouco tempo depois o jornal passou a ser identificado como porta-voz da organização. Em 1981 ocorreu o Congresso de Unificação com a Organização Revolucionária dos Trabalhadores e a DS passou a se chamar Organização Revolucionária Marxista – Democracia Socialista (ORM-DS). A DS participa da construção do PT desde as primeiras discussões e de define como uma corrente organizada no interior do Partido, uma organização revolucionária que se empenha na construção do PT. A DS é ligada à IV Internacional, secretariado Unificado (SU). Continua a publicar o Jornal Em Tempo. Lideranças : Raul Pont (ex Prefeito de Porto Alegre), Joaquim Soriano (Membro da Executiva Nacional do PT), Miguel Rosseto (Ministro do Desenvolvimento Agrário)
CONVERGÊNCIA SOCIALISTA
Outra tendência de orientação trotskista, a CS surgiu a partir de um grupo de brasileiros exilados na Argentina que, ao regressar ao Brasil, formou a Liga Operária. Em 1977, a Liga Operária mudou seu nome para Partido Socialista dos Trabalhadores (PST). Em 1978 o PST lançou o Movimento Convergência Socialista, com o objetivo de aglutinar setores e militantes socialistas para a formação de um partido socialista no Brasil. Em 1979, o PST se extingue e passou a chamar-se Convergência Socialista. Em 1983, a CS mudou seu nome para Alicerce da Juventude Socialista, mas no ano seguinte o nome Convergência Socialista foi retomado. A saída da CS do PT ocorreu em 1993, depois de muitas discussões sobre a questão das tendências e após se verificarem divergências entre a CS e o próprio PT. Com a saída do PT, a CS organizou o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado). Internacionalmente a CS faz parte da Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT).
MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO COMUNISTA
De orientação marxista-leninista, o MRC foi fundado em 1985, resultado de unificação do Movimento pela Emancipação de Proletariado (MEP), da Ala Vermelha (AV) e da Organização Comunista Democracia Proletária (OCDP). O MEP, organização que sobreviveu aos anos de chumbo da repressão no Brasil, apresentava duas posições em relação ao PT: uma entendida ser o Partido uma frente fortemente influenciada por uma tendência social-democrata, portanto sem condições de se transformar num partido revolucionário; a outra posição formada por uma ala de militantes de São Paulo e do Rio de Janeiro, defendia a participação da organização no PT, visando priorizar a sua construção e o seu fortalecimento. Também a Ala Vermelha passou por um processo semelhante, com muitos de seus militantes, principalmente de São Paulo, assumindo o PT como prioridade. Sua origem primeira está no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Atualmente, seus militantes estão na Força Socialista.
PARTIDO REVOLUCIONÁRIO COMUNISTA
Partido de orientação ideológica marxista-leninista, o PRC surgiu em 1984, de uma ala de dissidentes do Partido Comunista do Brasil (PC do B), ao qual se juntaram militantes da antiga Polop (Organização de Combate Marxista-Leninista Política Operária) e do MEP. No início seus militantes não estavam apenas no PT e atuavam também no PMDB, mas em 1985, em seu 2º Congresso, definiu-se pela participação exclusiva do PT. O PRC não se considerava fração, tendência ou partido dentro do PT, mas sim uma organização política revolucionária clandestina, com existência própria, autônoma, que define a atuação partidária local de seus militantes no PT como filiados individuais. Em 1989, o PRC se dissolveu dentro do PT e a maioria de seus militantes fundou, no ano seguinte, a tendência Nova Esquerda.
NOVA ESQUERDA
A Nova Esquerda surgiu em 1990, a partir de um grupo de militantes do extinto PRC. Pregava uma nova discussão sobre o pensamento de esquerda, rompendo com as tradicionais formas de construção da sociedade socialista. Em 1991 uniu-se com parte da Vertente Socialista e deu origem ao Projeto Para o Brasil (PPB).
VERTENTE SOCIALISTA
Grupo socialista com forte penetração nos movimentos populares, a VS surgiu em março de 1989. Também não está alinhada a nenhuma das correntes tradicionais do pensamento de esquerda no Brasil. Em junho de 1991, algumas de suas principais lideranças e todos os seus parlamentares se uniram à Nova Esquerda, dando origem ao PPB (Projeto Para o Brasil), que posteriormente passaria a ser chamada Democracia Radical. Parte de seus militantes de base descontentes com o abandono da luta pelo socialismo, manteve a tendência ainda com o nome de Vertente Socialista, até a fusão com o Fórum do Interior em 1995.
PROJETO PARA O BRASIL
O PPB surgiu da união da Nova Esquerda com setores da Vertente Socialista, a partir do lançamento de uma tese conjunta, em agosto de 1991, para o 1º Congresso do PT, chamado Projeto Para o Brasil.
DEMOCRACIA RADICAL
Hoje considerada como a direita do PT, a Democracia Radical surgiu do Projeto Para o Brasil (PPB). Caracteriza- se como uma tendência social-democrata, com posições divergentes da maioria das outras tendências internas do PT. Propõe amplas alianças para garantir a governabilidade das administrações petistas. Foi extinta compondo uma só tendência com a Unidade na Luta (Campo Majoritário). Lideranças: José Genoíno.
FORÇA SOCIALISTA
Tendência ideologicamente caracterizada como marxista, a Força Socialista surgiu em 1989, a partir de militantes oriundos do Movimento Revolucionário Comunista (MRC) e setores independentes do movimento marxista no Brasil. Lideranças: Edmilson Rodrigues (Prefeito de Belém), Ivan Valente (Deputado Federal por SP), Nelson Pellegrino (líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados). A Força Socialista em um movimento de unificação com outras tendências do PT, passou a se chapar Ação Popular Socialista – APS. Pouco tempo depois dessa mudança de nomenclatura e em parte do posicionamento político a APS, retira-se do PT e vai integrar o Partido do Socialismo e Liberdade- PSOL (Partido que nasce da expulsão de três deputados federais do PT e uma senadora.)
MOVIMENTO POR UMA TENDÊNCIA MARXISTA
Procurando formar uma tendência marxista no PT, militantes do Partido Revolucionário Comunista (PRC) e setores de grupos trotskistas, como a Luta Pelo Socialismo (LPS) lançaram o MTM no ano de 1991. Edita o Jornal Movimento.
BRASIL SOCIALISTA
A tendência Brasil Socialista surgiu a partir de militantes de vária tendências, entre elas o Movimento Revolucionário Comunista (MRC) e grupos trotskistas, em 1991, pouco antes do 1º Congresso do PT. Edita a revista Brasil Revolucionário. Tendo uma forte ligação com o MLST. Lideranças: Bruno Maranhão (Diretório Nacional do PT).
FÓRUM SOCIALISTA
O Fórum Socialista surgiu como Fórum do Interior em 1989, a partir de militantes do interior de São Paulo cujas origens e referências são os movimentos sociais do interior deste Estado, especialmente o movimento sindical, os movimentos populares e a Igreja Progressista. Uma de suas principais características é a ligação com a CUT pela Base (Atual Alternativa Sindical Socialista) no movimento sindical. Em 1995, o Fórum do Interior se fundiu aos remanescentes da Vertente Socialista que não aceitaram a transformação da tendência numa organização social-democrata e se mantiveram na luta pelo socialismo, fundando o Fórum Socialista. Lideranças: Renato Simões (Deputado Estadual de SP), Izalene Tiene (ex-Prefeita de Campinas/SP) .
Fonte: BLOG do Tiago Sandes
Tendências partidárias do PT
Antigas tendências
* Causa Operária (saiu do partido em 1990, passou a integrar o PCO)
* Convergência Socialista (saiu do partido em 1993, passou a integrar o PSTU)
* Ação Popular Socialista (saiu do partido em 2005, passou a integrar o PSOL).
* Tendência pelo Partido Operário Revolucionário ( saiu do partido em 1990, passou a integrar o POR).
Tendências da chamada "Esquerda do PT"
* O Trabalho - OT
* Tendência Marxista - TM
* Articulação de Esquerda - AE
* Democracia Socialista - DS
* Democracia Radical - DR
* Brasil Socialista - BS
* Fórom Socialista - FrS
* Esquerda Democrática - ED
Outras tendências
* Movimento PT
* Movimento de Ação e Identidade Socialista - MAIS
* Articulação Unidade na Luta (atual direção majoritária do partido)
Fonte: Wikipedia
Quinta-feira, 12 de Junho de 2008
O PT É UM PARTIDO DOS TRABALHADORES OU PARA OS TRABALHADORES?
O PT não é um partido para os trabalhadores. Ele não surgiu como uma necessidade das elites em criar uma espécie de amortecedor para segurar os trabalhadores, como um instrumento de domesticação da classe trabalhadora. Ao contrário: o PT é um instrumento da classe trabalhadora para lutar pelos seus direitos, para lutar pela divisão da riqueza, para lutar pelo que é dos trabalhadores. O PT só existe como uma conquista dos próprios trabalhadores.
O PT É SOCIALISTA
Mas que tipo de socialismo o PT defende?
Socialismo científico, socialismo utópico, socialismo real, socialismo cristão, socialismo humanista, socialismo democrático.. .?
Nem nós petistas sabemos como será o socialismo quando for implantado.
Aliás essa é uma importante característica do PT.
O nosso socialismo será construído pelo próprio povo brasileiro. O PT não propõe fórmulas prontas, transposições mágicas, acomodações de experiências praticadas em outros países, obviamente não se deve desprezar a trajetória dessas experiências. Todo o acúmulo conseguido por outros países na tentativa de implantação de um regime socialista deve ser levado em consideração, mas não como modelo.
A experiência cubana, o Chile de Allende, a Nicarágua Sandinista, o Leste Europeu, a social-democracia sueca, a China de Mao, tudo isso com certeza contribuirá para a formação do socialismo petista, mas sem ultrapassar os limites da contribuição, sem chegar a ser uma tentativa de se repetir um processo histórico.
O socialismo que se forjará através da organização e da luta dos trabalhadores brasileiros, da acumulação de conquistas, do desenvolvimento da cidadania, certamente terá uma face humana, voltada para o respeito às liberdades fundamentais do homem e pelo respeito aos direitos humanos. Será um socialismo baseado nos valores de uma prática verdadeiramente democrática, na solidariedade, na justiça, oferecimento de oportunidades iguais pra todos, na participação da sociedade civil, nas decisões... Será um socialismo com democracia, pois ambos estão interligados e aquele não existe sem esta.
O PT é um partido socialista em construção e está construindo um projeto de socialismo.
O PT POR DENTRO
O PT é originário de 3 vertentes principais:
Dirigentes sindicais
Organizações políticas
Igreja
Muitas pessoas não entendem porque o PT tem tantas tendências internas. Baseadas no que conhecem dos demais partidos, acham que o PT é uma espécie de colcha de retalhos, uma frente de grupos de esquerda, onde todo mundo fala, onde uns divergem de outros e acabam não se entendendo. Mas será que isso é verdade?
O PT não é uno. Não é um partido com uma só cabeça, com um só pensamento, seguindo uma só direção.
Diversas correntes de pensamento estão integradas dentro do PT, num projeto maior de transformar a realidade e mudar os rumo da sociedade brasileira.
Diferentes concepções políticas e ideológicas das esquerdas se uniram dentro do PT para fazer do partido esse instrumento de luta e mudança que o Brasil exigia.
Formam o PT grupos socialistas, comunistas, social-democratas, marxista-leninistas , socialistas- cristãos, socialistas, enfim um amplo leque de correntes do pensamento de esquerda.
Essa pluralidade de concepções que muitos não entendem e criticam, reflete apenas a modernidade do PT. As sociedades contemporâneas não comportam mais um pensamento único, uma única linha de direção. A sociedade atual é multiforme, segue em várias direções, está sujeita a muitas interpretações e análises. E o PT tem essa compreensão.
Reflexo da sociedade contemporânea, talvez o PT tenha nessa pluralidade de visões a sua força e grandeza.
Os debates internos acirram a prática democrática, elevam o nível de consciência política dos militantes, socializam os conhecimentos e ampliam o grau de informação dos petistas.
As divergências e as diversas correntes se resolvem pelo respeito à democracia interna e pela certeza de que, embora nem sempre o caminho proposto seja o mesmo, todos tem o mesmo ideal.
AS TENDÊNCIAS
As tendências representam os agrupamentos políticos internos do PT desde a sua fundação.
Algumas ajudaram a fundar o partido e permanecem nele, como a Democracia Socialista, outras ingressaram no PT depois de posicionar-se criticamente em relação à sua fundação, como O Trabalho, outros surgiram dentro do próprio PT, como a Articulação e outras ainda, como a Convergência Socialista, após participarem da criação do PT, deixaram o partido.
Na maioria das vezes as tendências internas do PT têm vida orgânica própria, porém toda ela voltada para a militança do Partido. Realizam discussões políticas dentro da própria tendência, editam boletins, fazem campanhas de arrecadação financeira, lançam candidatos à direção do Partido e aos cargos eletivos.
Segundo Raul Pont, do PT gaúcho ligado à Democracia Socialista, “são tendências não apenas setores ou grupos que vieram de posições políticas precedentes ao Partido ou grupos que se formatam no próprio debate da construção do PT, como também várias organizações da Igreja com suas fontes próprias de recursos e fóruns de decisão”.
A DIVISÃO INTERNA DO PT
Basicamente o PT está dividido em cinco grupos políticos: os social-democratas, considerados a direita do Partido, e que integravam a tendência chamada Democracia Radical; a Unidade e Luta, remanescente da Articulação e integrada por militantes mais próximos de Lula, considerada o centro petista; as correntes de esquerda Articulação de Esquerda, Democracia Socialista e o Fórum Socialista, tidas como a esquerda do PT; a extrema esquerda do Partido, integrada pelos trotskistas de O Trabalho, pelos marxistas do Movimento por Uma Tendência Marxista, do Brasil Socialista e da Força Socialista; por último, os independentes, petistas não alinhados com nenhuma tendência. Integram este último grupo desde militantes considerados da direita petista até membros da extrema esquerda do PT.
AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DO PT
A seguir apresentaremos um breve histórico das principais tendências, suas origens, filiações ideológicas e seu papel na construção do Partido dos Trabalhadores.
ARTICULAÇÃO
Durante muito tempo a Articulação foi a tendência majoritária dentro do PT. Surgiu no ano de 1983, no período de renovação dos diretórios do Partido, a partir do grupo dos 113. Composta por sindicalistas, setores sobre a influência da igreja progressista, intelectuais, marxistas independentes e militantes social-democratas, a Articulação era considerada a tendência de Lula. Caracterizava- se como uma tendência de orientação socialista, porém, assim como no próprio PT, também na articulação o socialismo proposto não estava definido. Em 1993, durante a realização do Encontro Municipal de São Paulo, a Articulação rachou e deu origem às tendências Unidade na Luta e Hora da Verdade, atual Articulação de Esquerda. No movimento Sindical durante muito tempo, as duas correntes continuaram a atuar de forma conjunta, porém hoje tempos dois campos: ARTICULAÇÃO SINDICAL E ARTICUALÇÃO DE ESQUERDA SINDICAL.
UNIDADE NA LUTA
A tendência Unidade na Luta, veio da antiga Articulação. Integrada por militantes mais próximos de Lula, a Unidade na Luta é considerada o centro do PT. Lideranças: Lula, José Dirceu, Benedita da Silva.
ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA
Dissidência da Articulação, por não concordar com o caminho que a Antiga Articulação estava tomando no rumo político, num primeiro momento foi conhecida como Hora da Verdade, depois mudou seu nome para Articulação de Esquerda, hoje depois do giro feito pela DS, é tida como a maior corrente da esquerda do PT. É tida como a esquerda petista, Lideranças: Adão Pretto Deputado Federal (PT/RS), Luci Choinacki EX-Deputada Federal (PT/SC), José Fritsch (Secretário Nacional de Pesca), Valter Pomar, Secretário de Relações Internacionais do PT.
O TRABALHO
Tendência de orientação trotskista, O Trabalho surgiu em 1976, com o nome de Organização Socialista Internacional (OSI), resultado da fusão da Organização Marxista Brasileira com o Grupo Comunista Primeiro de Maio. No meio estudantil a OSI atuava com o nome de Libelu (Liberdade e Luta). Inicialmente contrária à criação do Partido dos Trabalhadores, a OSI reviu sua posição em 1979 e em 1980 declarou-se integrante do Partido, sem contudo dissolver-se enquanto organização. Em 1984 a OSI mudou seu nome para Fração IV Internacional. Em 1986, adotou o nome atual, O Trabalho, e se colocou como uma corrente interna do PT. A tendência O Trabalho, está ligada à Quarta Internacional – Centro Internacional de Reconstrução (QICIR). Edita o jornal O Trabalho. Lideranças: Marcos Sokol, membro do Diretório Nacional do PT
DEMOCRACIA SOCIALISTA
Também trotskista, a Democracia Socialista – DS, participou de uma frente jornalística que lançou o jornal Em Tempo. Pouco tempo depois o jornal passou a ser identificado como porta-voz da organização. Em 1981 ocorreu o Congresso de Unificação com a Organização Revolucionária dos Trabalhadores e a DS passou a se chamar Organização Revolucionária Marxista – Democracia Socialista (ORM-DS). A DS participa da construção do PT desde as primeiras discussões e de define como uma corrente organizada no interior do Partido, uma organização revolucionária que se empenha na construção do PT. A DS é ligada à IV Internacional, secretariado Unificado (SU). Continua a publicar o Jornal Em Tempo. Lideranças : Raul Pont (ex Prefeito de Porto Alegre), Joaquim Soriano (Membro da Executiva Nacional do PT), Miguel Rosseto (Ministro do Desenvolvimento Agrário)
CONVERGÊNCIA SOCIALISTA
Outra tendência de orientação trotskista, a CS surgiu a partir de um grupo de brasileiros exilados na Argentina que, ao regressar ao Brasil, formou a Liga Operária. Em 1977, a Liga Operária mudou seu nome para Partido Socialista dos Trabalhadores (PST). Em 1978 o PST lançou o Movimento Convergência Socialista, com o objetivo de aglutinar setores e militantes socialistas para a formação de um partido socialista no Brasil. Em 1979, o PST se extingue e passou a chamar-se Convergência Socialista. Em 1983, a CS mudou seu nome para Alicerce da Juventude Socialista, mas no ano seguinte o nome Convergência Socialista foi retomado. A saída da CS do PT ocorreu em 1993, depois de muitas discussões sobre a questão das tendências e após se verificarem divergências entre a CS e o próprio PT. Com a saída do PT, a CS organizou o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado). Internacionalmente a CS faz parte da Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT).
MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO COMUNISTA
De orientação marxista-leninista, o MRC foi fundado em 1985, resultado de unificação do Movimento pela Emancipação de Proletariado (MEP), da Ala Vermelha (AV) e da Organização Comunista Democracia Proletária (OCDP). O MEP, organização que sobreviveu aos anos de chumbo da repressão no Brasil, apresentava duas posições em relação ao PT: uma entendida ser o Partido uma frente fortemente influenciada por uma tendência social-democrata, portanto sem condições de se transformar num partido revolucionário; a outra posição formada por uma ala de militantes de São Paulo e do Rio de Janeiro, defendia a participação da organização no PT, visando priorizar a sua construção e o seu fortalecimento. Também a Ala Vermelha passou por um processo semelhante, com muitos de seus militantes, principalmente de São Paulo, assumindo o PT como prioridade. Sua origem primeira está no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Atualmente, seus militantes estão na Força Socialista.
PARTIDO REVOLUCIONÁRIO COMUNISTA
Partido de orientação ideológica marxista-leninista, o PRC surgiu em 1984, de uma ala de dissidentes do Partido Comunista do Brasil (PC do B), ao qual se juntaram militantes da antiga Polop (Organização de Combate Marxista-Leninista Política Operária) e do MEP. No início seus militantes não estavam apenas no PT e atuavam também no PMDB, mas em 1985, em seu 2º Congresso, definiu-se pela participação exclusiva do PT. O PRC não se considerava fração, tendência ou partido dentro do PT, mas sim uma organização política revolucionária clandestina, com existência própria, autônoma, que define a atuação partidária local de seus militantes no PT como filiados individuais. Em 1989, o PRC se dissolveu dentro do PT e a maioria de seus militantes fundou, no ano seguinte, a tendência Nova Esquerda.
NOVA ESQUERDA
A Nova Esquerda surgiu em 1990, a partir de um grupo de militantes do extinto PRC. Pregava uma nova discussão sobre o pensamento de esquerda, rompendo com as tradicionais formas de construção da sociedade socialista. Em 1991 uniu-se com parte da Vertente Socialista e deu origem ao Projeto Para o Brasil (PPB).
VERTENTE SOCIALISTA
Grupo socialista com forte penetração nos movimentos populares, a VS surgiu em março de 1989. Também não está alinhada a nenhuma das correntes tradicionais do pensamento de esquerda no Brasil. Em junho de 1991, algumas de suas principais lideranças e todos os seus parlamentares se uniram à Nova Esquerda, dando origem ao PPB (Projeto Para o Brasil), que posteriormente passaria a ser chamada Democracia Radical. Parte de seus militantes de base descontentes com o abandono da luta pelo socialismo, manteve a tendência ainda com o nome de Vertente Socialista, até a fusão com o Fórum do Interior em 1995.
PROJETO PARA O BRASIL
O PPB surgiu da união da Nova Esquerda com setores da Vertente Socialista, a partir do lançamento de uma tese conjunta, em agosto de 1991, para o 1º Congresso do PT, chamado Projeto Para o Brasil.
DEMOCRACIA RADICAL
Hoje considerada como a direita do PT, a Democracia Radical surgiu do Projeto Para o Brasil (PPB). Caracteriza- se como uma tendência social-democrata, com posições divergentes da maioria das outras tendências internas do PT. Propõe amplas alianças para garantir a governabilidade das administrações petistas. Foi extinta compondo uma só tendência com a Unidade na Luta (Campo Majoritário). Lideranças: José Genoíno.
FORÇA SOCIALISTA
Tendência ideologicamente caracterizada como marxista, a Força Socialista surgiu em 1989, a partir de militantes oriundos do Movimento Revolucionário Comunista (MRC) e setores independentes do movimento marxista no Brasil. Lideranças: Edmilson Rodrigues (Prefeito de Belém), Ivan Valente (Deputado Federal por SP), Nelson Pellegrino (líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados). A Força Socialista em um movimento de unificação com outras tendências do PT, passou a se chapar Ação Popular Socialista – APS. Pouco tempo depois dessa mudança de nomenclatura e em parte do posicionamento político a APS, retira-se do PT e vai integrar o Partido do Socialismo e Liberdade- PSOL (Partido que nasce da expulsão de três deputados federais do PT e uma senadora.)
MOVIMENTO POR UMA TENDÊNCIA MARXISTA
Procurando formar uma tendência marxista no PT, militantes do Partido Revolucionário Comunista (PRC) e setores de grupos trotskistas, como a Luta Pelo Socialismo (LPS) lançaram o MTM no ano de 1991. Edita o Jornal Movimento.
BRASIL SOCIALISTA
A tendência Brasil Socialista surgiu a partir de militantes de vária tendências, entre elas o Movimento Revolucionário Comunista (MRC) e grupos trotskistas, em 1991, pouco antes do 1º Congresso do PT. Edita a revista Brasil Revolucionário. Tendo uma forte ligação com o MLST. Lideranças: Bruno Maranhão (Diretório Nacional do PT).
FÓRUM SOCIALISTA
O Fórum Socialista surgiu como Fórum do Interior em 1989, a partir de militantes do interior de São Paulo cujas origens e referências são os movimentos sociais do interior deste Estado, especialmente o movimento sindical, os movimentos populares e a Igreja Progressista. Uma de suas principais características é a ligação com a CUT pela Base (Atual Alternativa Sindical Socialista) no movimento sindical. Em 1995, o Fórum do Interior se fundiu aos remanescentes da Vertente Socialista que não aceitaram a transformação da tendência numa organização social-democrata e se mantiveram na luta pelo socialismo, fundando o Fórum Socialista. Lideranças: Renato Simões (Deputado Estadual de SP), Izalene Tiene (ex-Prefeita de Campinas/SP) .
Fonte: BLOG do Tiago Sandes
Tendências partidárias do PT
Antigas tendências
* Causa Operária (saiu do partido em 1990, passou a integrar o PCO)
* Convergência Socialista (saiu do partido em 1993, passou a integrar o PSTU)
* Ação Popular Socialista (saiu do partido em 2005, passou a integrar o PSOL).
* Tendência pelo Partido Operário Revolucionário ( saiu do partido em 1990, passou a integrar o POR).
Tendências da chamada "Esquerda do PT"
* O Trabalho - OT
* Tendência Marxista - TM
* Articulação de Esquerda - AE
* Democracia Socialista - DS
* Democracia Radical - DR
* Brasil Socialista - BS
* Fórom Socialista - FrS
* Esquerda Democrática - ED
Outras tendências
* Movimento PT
* Movimento de Ação e Identidade Socialista - MAIS
* Articulação Unidade na Luta (atual direção majoritária do partido)
Fonte: Wikipedia
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