Socorro do Fed a grande banco derruba bolsa nos EUA
14/03/2008
O Bear Stearns, quinto maior banco de investimento americano, anunciou nesta sexta-feira que teve de pedir ajuda ao Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), pois sua liquidez "se deteriorou de forma significativa". O empréstimo de emergência com 28 dias de prazo, de valor não revelado, aumenta os rumores de que o Bear Stearns será vendido, provavelmente ao JP Morgan Chase.
A notícia fez a o índice Dow Jones recuar 1,6% em Nova York nesta sexta-feira. As ações do banco socorrido despencaram em 47,4%. O Fed não concedia um empréstimo de emergência como este desde a Grande Depressão dos anos 1930 (o banco data de 1913).
Banco dos Rockefeller, possível comprador
A suspeita de que o JP Morgan Chase & Co irá comprar o banco foi reforçada pela modalidade escolhida para a ajuda. O Fed – uma instituição absolutamente independente, embora com diretores indicados pelo presidente e ratificados pelo Senado – resolveu fornecer sua ajuda através do Morgan, que captará os recursos de uma linha fornecida pelo Fed de Nova York (o principal dos 12 bancos regionais que compõem o BC americano).
Se o Bear Stearns é o quinto maior banco de investimento do país, fundado em 1923 e com 13 mil funcionários, parece um peixe pequeno ao lado do Morgan. Este é o terceiro maior banco americano, com ativos da ordem de US$ 1,2 trilhões. Com raízes que remontam a 209 anos atrás, formou-se em 2001 através da fusão do JP Morgan & Co com o Chase Manhattan Bank, da família Rockefeller, cujo nome por muito tempo foi um equivalente universal de multimilionário.
Canibalismo empresarial
Fusões como a de 2001 ou incorporações como a que pode abocanhar o Bear Stearns são uma prática que se amiúda em períodos de crise. Em tempo de negócios difíceis e arriscados, essa espécie de canibalismo interempresarial pode assumir proporções epidêmicas. O resultado é uma maior concentração e centralização do capital – que acontece também em épocas de bonança, mas não com a mesma intensidade.
O rumor de que o JP Morgan pode abocanhar seu ex-concorrente, talvez ainda na semana que vem, não impediu que ele sentisse o contágio da má notícia sobre os rumos da crise imobiliário-financeira. Suas ações se desvalorizaram 4,1% nesta sexta-feira (o Citigroup, outro gigante do ramo, perdeu 6,1%).
E os US$ 17 bi em dinheiro?
A desconfiança dos investidores ficou exacerbada porque o anúncio desmentiu repetidas declarações tranqüilizadoras do diretor geral do Bear Stearns, Alan Schwartz. Desde o ano passado, quanto estourou a crise do subprime, a partir das hipotecas imobiliárias, ele vinha negando que seu banco tivesse problemas.
Nesta quarta-feira Schwartz ainda manifestara a esperança de que o banco registrasse lucro no primeiro trimestre, desmentira os boatos sobre problemas de liquidez e dissera ter US$ 17 bilhões em caixa, em dinheiro. Agora, a maneira de explicar a reviravolta foi dizer que "nossa posição de liquidez nas últimas 24 horas se deteriorou de forma significativa".
Da redação, com agências
Fonte: Diário Vermelho
14/03/2008
O Bear Stearns, quinto maior banco de investimento americano, anunciou nesta sexta-feira que teve de pedir ajuda ao Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), pois sua liquidez "se deteriorou de forma significativa". O empréstimo de emergência com 28 dias de prazo, de valor não revelado, aumenta os rumores de que o Bear Stearns será vendido, provavelmente ao JP Morgan Chase.
A notícia fez a o índice Dow Jones recuar 1,6% em Nova York nesta sexta-feira. As ações do banco socorrido despencaram em 47,4%. O Fed não concedia um empréstimo de emergência como este desde a Grande Depressão dos anos 1930 (o banco data de 1913).
Banco dos Rockefeller, possível comprador
A suspeita de que o JP Morgan Chase & Co irá comprar o banco foi reforçada pela modalidade escolhida para a ajuda. O Fed – uma instituição absolutamente independente, embora com diretores indicados pelo presidente e ratificados pelo Senado – resolveu fornecer sua ajuda através do Morgan, que captará os recursos de uma linha fornecida pelo Fed de Nova York (o principal dos 12 bancos regionais que compõem o BC americano).
Se o Bear Stearns é o quinto maior banco de investimento do país, fundado em 1923 e com 13 mil funcionários, parece um peixe pequeno ao lado do Morgan. Este é o terceiro maior banco americano, com ativos da ordem de US$ 1,2 trilhões. Com raízes que remontam a 209 anos atrás, formou-se em 2001 através da fusão do JP Morgan & Co com o Chase Manhattan Bank, da família Rockefeller, cujo nome por muito tempo foi um equivalente universal de multimilionário.
Canibalismo empresarial
Fusões como a de 2001 ou incorporações como a que pode abocanhar o Bear Stearns são uma prática que se amiúda em períodos de crise. Em tempo de negócios difíceis e arriscados, essa espécie de canibalismo interempresarial pode assumir proporções epidêmicas. O resultado é uma maior concentração e centralização do capital – que acontece também em épocas de bonança, mas não com a mesma intensidade.
O rumor de que o JP Morgan pode abocanhar seu ex-concorrente, talvez ainda na semana que vem, não impediu que ele sentisse o contágio da má notícia sobre os rumos da crise imobiliário-financeira. Suas ações se desvalorizaram 4,1% nesta sexta-feira (o Citigroup, outro gigante do ramo, perdeu 6,1%).
E os US$ 17 bi em dinheiro?
A desconfiança dos investidores ficou exacerbada porque o anúncio desmentiu repetidas declarações tranqüilizadoras do diretor geral do Bear Stearns, Alan Schwartz. Desde o ano passado, quanto estourou a crise do subprime, a partir das hipotecas imobiliárias, ele vinha negando que seu banco tivesse problemas.
Nesta quarta-feira Schwartz ainda manifestara a esperança de que o banco registrasse lucro no primeiro trimestre, desmentira os boatos sobre problemas de liquidez e dissera ter US$ 17 bilhões em caixa, em dinheiro. Agora, a maneira de explicar a reviravolta foi dizer que "nossa posição de liquidez nas últimas 24 horas se deteriorou de forma significativa".
Da redação, com agências
Fonte: Diário Vermelho
Labels: Crise do Capitalismo
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