Saturday, March 15, 2008

Hugo Chavez Rap/Hip Hop

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Socorro do Fed a grande banco derruba bolsa nos EUA
14/03/2008

O Bear Stearns, quinto maior banco de investimento americano, anunciou nesta sexta-feira que teve de pedir ajuda ao Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), pois sua liquidez "se deteriorou de forma significativa". O empréstimo de emergência com 28 dias de prazo, de valor não revelado, aumenta os rumores de que o Bear Stearns será vendido, provavelmente ao JP Morgan Chase.

A notícia fez a o índice Dow Jones recuar 1,6% em Nova York nesta sexta-feira. As ações do banco socorrido despencaram em 47,4%. O Fed não concedia um empréstimo de emergência como este desde a Grande Depressão dos anos 1930 (o banco data de 1913).

Banco dos Rockefeller, possível comprador

A suspeita de que o JP Morgan Chase & Co irá comprar o banco foi reforçada pela modalidade escolhida para a ajuda. O Fed – uma instituição absolutamente independente, embora com diretores indicados pelo presidente e ratificados pelo Senado – resolveu fornecer sua ajuda através do Morgan, que captará os recursos de uma linha fornecida pelo Fed de Nova York (o principal dos 12 bancos regionais que compõem o BC americano).

Se o Bear Stearns é o quinto maior banco de investimento do país, fundado em 1923 e com 13 mil funcionários, parece um peixe pequeno ao lado do Morgan. Este é o terceiro maior banco americano, com ativos da ordem de US$ 1,2 trilhões. Com raízes que remontam a 209 anos atrás, formou-se em 2001 através da fusão do JP Morgan & Co com o Chase Manhattan Bank, da família Rockefeller, cujo nome por muito tempo foi um equivalente universal de multimilionário.

Canibalismo empresarial

Fusões como a de 2001 ou incorporações como a que pode abocanhar o Bear Stearns são uma prática que se amiúda em períodos de crise. Em tempo de negócios difíceis e arriscados, essa espécie de canibalismo interempresarial pode assumir proporções epidêmicas. O resultado é uma maior concentração e centralização do capital – que acontece também em épocas de bonança, mas não com a mesma intensidade.

O rumor de que o JP Morgan pode abocanhar seu ex-concorrente, talvez ainda na semana que vem, não impediu que ele sentisse o contágio da má notícia sobre os rumos da crise imobiliário-financeira. Suas ações se desvalorizaram 4,1% nesta sexta-feira (o Citigroup, outro gigante do ramo, perdeu 6,1%).

E os US$ 17 bi em dinheiro?

A desconfiança dos investidores ficou exacerbada porque o anúncio desmentiu repetidas declarações tranqüilizadoras do diretor geral do Bear Stearns, Alan Schwartz. Desde o ano passado, quanto estourou a crise do subprime, a partir das hipotecas imobiliárias, ele vinha negando que seu banco tivesse problemas.

Nesta quarta-feira Schwartz ainda manifestara a esperança de que o banco registrasse lucro no primeiro trimestre, desmentira os boatos sobre problemas de liquidez e dissera ter US$ 17 bilhões em caixa, em dinheiro. Agora, a maneira de explicar a reviravolta foi dizer que "nossa posição de liquidez nas últimas 24 horas se deteriorou de forma significativa".

Da redação, com agências
Fonte: Diário Vermelho

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Megainvestidor americano vê dólar "com os dias contados"
29 DE FEVEREIRO DE 2008

"O dólar é uma moeda incrivelmente problemática e seus dias estão contados". A opinião, publicada no diário econômico The Wall Street Journal, não é de algum incendiário antiimperialista, mas do legendário megainvestidor de commodities estadunidense Jim Rogers. Um dos maiores medos do sistema financeiro, face ao continuado enfraquecimento da divisa dominante do mundo, que a crise em curso agravou, é que em algum momento isso provoque uma fuga em massa para longe da moeda americana.

Por Bernardo Joffily*

O investidor Jim Rogers: pessimista com a moeda O mais conhecido dos especuladores financeiros internacionais, George Soros, húngaro-americano, concorda basicamente com Rogers, que já foi seu sócio. Em janeiro ele previu no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça) que a crise de crédito prejudicaria o papel dominante do dólar: "É basicamente o fim de um período de 60 anos de contínua expansão do crédito baseado no dólar como moeda de reserva", vaticinou.
Euro rompeu a barreira de US$ 1,50

Na terça-feira desta semana o debilitamento do dólar rompeu mais uma barreira psicológica, quando ele passou a ser trocado acima da proporção de 1,5 para 1 euro. A semana fechou com a cotação em torno de US$ 1,52.

Quando o euro foi lançado, em 1999, havia paridade entre ele e o dólar. E nos primeiros dois anos a moeda da União Européia perdeu terreno. Mas desde 2002 o dólar se desvaloriza constantemente em euros, assim como em yens japoneses e na maioria das outras moedas, inclusive o real brasileiro. Em seis anos o dólar perdeu mais de 40% do valor em relação à divisa européia e mais de 20% se comparado com uma cesta mais ampla de moedas.

No curto prazo, vantagem para os EUA

Paradoxalmente, o debilitamento de um dos símbolos da supremacia da superpotência estadunidense é, no curto prazo, uma vantagem para os Estados Unidos. Ao depor na quinta-feira (28) perante o Comitê dos Bancos do Senado, o presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Ben Bernanke, falou em recessão, falências e outras perspectivas sombrias, mas apontou o dólar fraco como raro ponto positivo.

Uma moeda que se desvaloriza ajuda as exportações, pois os produtos do país ficam mais baratos em relação à concorrência. Também protege o mercado de trabalho nacional, pois a mão-de-obra também barateia. Por isso, fortalecer o dólar não é uma prioridade dos EUA. Pelo contrário, há anos o Tio Sam se queixa de que o yuan chinês devia ser valorizado em relação à sua moeda.

Até o momento, o recuo no valor do dólar provocou um desgaste relativamente pequeno no papel da moeda como divisa padrão para as transações internacionais. A moeda ainda é usada em 86% das transações cambiais diárias no mundo, que somam US$ 3,2 trilhões. Em 2001 essa percentagem era 90%. Quase dois terços das reservas internacionais dos bancos centrais dos países continuam em dólares. O euro corresponde a cerca de 25% (quando foi lançado eram 18%) e todas as outras divisas a 10%. Essa supremacia é amparada por fatores não só econômicos mas também políticos, estratégicos, militares.

Libra já foi a grande divisa

Mas no caso da erosão continuar, ou até se acelerar, por exemplo em decorrência da crise imobiliário-financeira nos EUA, isso tende a mudar. Pode chegar o momento em que a velha senhora que guarda uns dólares de economias na gaveta, ou o xeque árabe que vende petróleo à Europa em dólares, ou a diretoria do banco central de um país, ou os três ao mesmo tempo, se perguntem se a moeda, que desde 1971 não é mais garantida por um lastro em ouro, é mesmo tão segura.

Então o efeito manada, como o chamam os analistas de mercado, pode levar a uma fuga em massa. E o dólar terminaria destronado, como a libra britânica, que foi a moeda de troca do mercado mundial até a metade do século passado.

O jornal Valor Econômico desta sexta-feira (29) publica um artigo de Craig Karmin e Joanna Slater, originalmente para o The Wall Street Journal, que comenta esse enfraquecimento continuado, mas conclui que, "apesar de todo o pessimismo, o mundo não está preparado para abrir mão da moeda americana". Mas seu argumento é que, para tirá-la do posto de "língua comum das finanças", seria preciso "fazer uma enorme reforma do sistema financeiro mundial, que poucos parecem preparados a enfrentar". É um raciocínio de lógica duvidosa, já que põe em dúvida a existência de um problema em nome da trabalheira que daria para resolvê-lo.

* Com informações do Valor Econômico-The Wall Street Journal
Fonte: Diário Vermelho

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