Thursday, December 21, 2006

20 DE DEZEMBRO DE 2006
Nicarágua quer erradicar analfabetismo com ajuda de Cuba

O presidente eleito da Nicarágua, Daniel Ortega, planeja erradicar o analfabetismo com a ajuda de Cuba durante sua administração - que começa no próximo mês. "A meta do governo sandinista, a partir de 10 de janeiro, é declarar a Nicarágua livre do analfabetismo em cinco anos", disse Miguel de Castilla, nomeado para o Ministério da Educação, Cultura e Esportes.

Castilla fez o anúncio nesta quarta-feira (20/12), em entrevista ao canal privado de televisão. "Se precisarmos de professores, recorreremos a Cuba, às entidades estrangeiras, para cobrir os déficits nesta área. Isto também vai permitir saber a urgência existente para construir escolas", acrescentou o novo ministro.

Estatísticas oficiais situam em 1,2 milhão o número de pessoas que não sabem ler e escrever no país, principalmente em áreas rurais e semi-urbanas. Uma das primeiras ações será fazer um diagnóstico em cada município. O governo, segundo Castilla, também atuará junto a organizações não-governamentais (ONGs).

Diversas ONGs nicaragüenses fazem trabalhos de alfabetização, a fim de identificar onde está a maior concentração de analfabetos. Com os dados em mãos, as entidades procuram distribuir o esforço.

História de luta

Em 1980, o governo sandinista presidido por Ortega (1979-1990) realizou uma campanha maciça de alfabetização em todo o país, que reduziu a taxa de analfabetismo de mais de 50% para perto de 8%.

Vinte e cinco anos depois, já na oposição, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN, de esquerda) começou um programa de alfabetização através das prefeituras sob sua administração. Denominado "Yo sí Puedo" (Eu Posso sim), o projeto é apoiado pelo governo cubano, que cede material didático e recursos audiovisuais para afiançar o conhecimento dos alunos.

O plano de Ortega será reforçado com mais aparelhos de televisão e uma ampliação da metodologia de ensino. Os televisores serão acompanhados de pequenos geradores para os casos de cortes de energia.

Castilla, um especialista em pedagogia, afirmou que a educação é considerada pelo novo governo como "uma arma na luta contra a pobreza". Cada titular de uma pasta deverá ser "um professor preocupado internamente em ensinar seus trabalhadores".

Da redação, com agências
Fonte: Diário Vermelho

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